Olá pessoal,
Finalmente resolvi dar o ar da minha graça, via post. Dando uma pausa nas reflexões sobre Ítaca e a viagem que é o nosso blog, venho propor a vocês uma reflexão.
Recentemente, estive no meio de uma discussão acerca da construção de um mundo melhor para as futuras gerações, eis que surge um comentário não tão inovador mais ainda bastante distinto: o da construção de pessoas melhores para o nosso mundo.
Os problemas que implicam essa frase são da ordem de uma questão básica, a qual ou todo mundo finge que não vê, ou ignoram deliberadamente pelo dispêndio que isso requer: dedicação. A sociedade de hoje é extremamente imediatista, exercer um esforço que pretende frutos no futuro é um estorvo quando só se pensa no agora. Esse tipo de pensamento conduz ao individualismo em que nós vivemos. Uma vez que se compreende o quão profundo é o problema, o quanto se está envolvido nele, as proporções colossais aos quais tomam essas questões e no que implica uma mobilização para solucioná-lo, as pessoas se desesperam, nós nos desesperamos.
Estabelecido esse ponto temos dois caminhos a seguir: ignorar e desistir, vestir a viseira do cavalo e reduzir o olhar só ao seu próprio mundo, seus próprios problemas; ou lutar contra isso. Porém, o "inimigo" é muito maior e muito mais complexo do que se imagina. Porque esses "inimigos" somos nós mesmos e o resto do país, acomodado e que banaliza a violência e corrupção, enquanto questões que na sua dimensão micro são aparentemente consideradas sem relevância ou pontuais, como a ética.
Combater esse problema não significa propor uma Revolução como aquela que nós vemos nos livros de História do segundo grau, não significa depor o presidente e instituir um novo governo, não significa romper com a ordem vigente violentamente. Significa sim se impor, se mobilizar, mas atuar principalmente na nossa micro realidade, na nossa pequena dimensão. Os atos que constantemente consideramos sem repercussão política fazem toda a diferença. Os escândalos políticos que nós testemunhamos não são tão diferentes assim quando se reduz o escopo paras as nossas próprias atitudes. A Revolução revolucionária é a realizada todos os dias, mudando uma micro-realidade, rompendo com os hábitos e os vícios, que muitas vezes somos desencorajados a enfrentar.
Alguns podem me considerar reacionário por falar contra aquela Revolução por muitos idealizada, mas se a História pode nos ensinar alguma coisa, e eu não acredito que possa, é que nas Revoluções desse tipo o resultado nunca é aquele por nós idealizado.
Alex Carneiro
Tem um selinho no meu blog para vcs!
ResponderExcluirGostei do seu blog. A maneira como escreve e coloca seu texto, faz a leitura ser mais prazerosa.
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