Mais uma vez convidamos a todos para participar do Cine Ítaca (o primeiro desse semestre). Assistiremos o filme "Pink Floyd - The Wall" e o professor Marlon Tomazella irá conduzir o debate após a exibição.
O Ítaca andou meio abandonado (meio não, né? Totalmente), mas tem uma justificativa: final de período. Ficamos todos enrolados com trabalhos, provas e seminários. Esse post é só pra esclarecer o sumiço, dizer que o Ítaca ainda está aqui (até porque o Ítaca somos nós e vocês) e que passado o período de férias, que nós merecemos mesmo, voltaremos com tudo! Aguerdem! =]
O aluno Edson Silva de Lima, após a realização do evento em homenagem ao professor Manoel Salgado, escreveu esse texto para o blog. Nos desculpamos pela demora e agradecemos pela participação no evento e pela colaboração aqui no blog. Lembramos, então, que o blog Ítaca é um espaço onde todos podem (e devem) se manifestar. Esse espaço é justamente para isso, independentemente se há concenso ou não de opiniões. Um espaço voltado para a pluralidade e liberdade de expressão. Escrevam para nós e publicaremos seu texto.
Grupo de Atividades Ítaca
O texto escrito reflete a opinião de seu autor.
"DELEITAR; INSTRUIR; MOVER - O ENSINO DE HISTÓRIA E MANOEL SALGADO"
Por Edson Silva de Lima, 5º período de História, manhã, UERJ
A exposição de Prof. Dr. Durval Muniz de Albuquerque Junior nos permitiu degustar um pouco de seu conhecimento, do seu “saber sabor”. Com um discurso problematizante e simples [não simplista], apresentou a partir da leitura e adução do filosofo francês Paul Ricoeur, que explicita a importância dos pensadores que ele chama de “Mestres de Rigor”para o trabalho de analise hermenêutica e estética da dimensão narrativa da escrita histórica, um dos “mestres de Rigor” que lecionou, pensou e caminhou pelos corredores da UERJ. Esses mestres, segundo o filosofo francês, seriam: Michel Foucault, Norbert Elias e Michel de Certeau. No que tange a questão hermenêutica e estética, Certeau afirmava que a pesquisa em história se faria a partir da articulação do lugar social, da técnica e da escrita; já para Foucault, que mostra que o Ocidente inventa a história, por ele chamada de ascética, para encontrar no passado o momento fundante de sua unidade, de sua identidade, dizia que o historiador se preocupava em compreender o passado, recuperando sua necessidade interna, recortando ordenadamente os fatos numa temporalidade sequencial; enquanto que Norbert Elias, que focou a relação entre poder, comportamento, emoção e conhecimento na História; estudou a vida cotidiana para elucidar como as práticas sociais, incluindo a conduta e as atividades humanas, são produzidas e reproduzidas continuamente, através do fluxo constante da vida em sociedade. Percebemos com essa breve exposição das perspectivas desses autores, a sua relação com os dilemas da historiografia, se fincando com austeridade na análise do discurso e da estética.
Todas essas explicitações para nos apresentar um professor, um amigo, um intelectual, Manoel Luiz Lima Salgado Guimarães. Professor falecido recentemente, que tinha experiência na área de História, com ênfase em Teoria e Filosofia da História. A este respeito, Albuquerque Junior, nos mostra as facetas desse “mestre de rigor”, pelo menos as que conheceu. De forma que não se furtou de, sim, imprimir juízo de valor. Pois o espirito saudosista ficou fortemente presente. A atmosfera de saudade, de carinho e respeito à pessoa e ao profissional não fora surrupiada, mas permaneceu durante o discurso do presidente da ANPUH. Manoel Salgado, “mestre de rigor”, rigor no pensar, em sua produção intelectual e em sua produção historiográfica. Em vida produziu clássicos, refletiu o fazer, a práxis do historiador e do ensino de história. Vaidoso, gentil e sensível no sentido mais doce da palavra. Autor, pensador austero, preocupado com a existência e com a essência das ideias. Um professor que permitia e se permitia estabelecer uma relação espiritual e afetiva com seus alunos. Um Manoel que refletia sobre o ensino da história, e que em sua práxis conquistava espaço na mente e no coração de seus ouvintes.
O Prof. Dr. Durval Muniz de Albuquerque Junior nos permitiu deleitar nos lençóis da Teoria da História, também trouxe vontade e motivação aos espíritos “perturbados” e inquietos com a profissão de historiador. Fez mover um sentimento [amor a historia] que agonizava no ser dos estudantes de historia, instruindo para as possíveis satisfações do fazer historia, do pensar a historia, de fazer parte de uma memória, ainda que indiretamente. Usar a imagem (foto) e o imaginário (sentir/pensar), o Manoel que conheci através de seus alunos, de colegas de trabalho, sobretudo, de seus amigos. Ficará saudades...
Gostaríamos de convidá-los para participar do próximo Cine Ítaca, que contará com a presença da professora Beatriz Vieira (UERJ) na discussão após a exibição do filme. Quanto aos certificados, nesse cine clube entregaremos os certificados do último, no qual foi exibido o documentário "Utopia e Barbárie". Os certificados desse cine clube, será entregue no cine clube seguinte.
Cine Ítaca
Filme: "Adeus, Lenin!", de Wolfganger Becker
Dia: 20/05/11
Hora: 14h às 18h
Local: RAV-94 (9º andar - UERJ)
Debate com a professora Beatriz Vieira (UERJ)
Esta postagem é para todos que não puderam ir ao evento "Deleitar; Instruir; Mover - O Ensino de História e Manoel Salgado" e para os que foram e estavam ansiosos para rever o vídeo exibido no evento (e, mais ainda, para todos que quiserem relembrar o nosso saudoso Manoel).
Como foi explicado no evento, esse vídeo foi gravado com o professor Manoel, no final de 2009, para um trabalho da Faculdade de Educação (UERJ). No vídeo, o professor Manoel Salgado fala sobre o papel do professor enquanto educador e a relação entre alunos e professores no ensino.
Então, sem mais, me despeço por aqui. Beijos a todos.
Boa tarde! Esse post é para agradecer a todos aqueles que possibilitaram o acontecimento do evento "Deleitar; Instruir; Mover - O Ensino de História e Manoel Salgado", o qual nós organizamos.
Gostaríamos de agradecer a todos os professores que participaram, inclusive aos que prestigiaram o evento mesmo sem compor as mesas. Em especial, aos professores que aceitaram o convite para participar das mesas do evento: as professoras Tania Bessone, Lúcia Bastos, Márcia Gonçalves e Rebeca Gontijo e os professores Durval Muniz, Paulo Knauss e Felipe Charbel.
Também gostaríamos de agradecer aos laboratórios "Redes de poder" e "Leddes", ao técnico Ferreira, ao Departamento de História e a Direção do IFCH.
Agradecemos aos colegas que se prontificaram como monitores do evento: Suzy, Mariana, Luciane, Lívia e Matheus. Aos que participaram como ouvinte, aos da nossa universidade, aos que vieram de outras universidade, aos que nos ajudaram a divulgar porque sem vocês também não haveria evento. Ao Carlos Eduardo, que fez a arte do cartaz, ajudou na divulgação e nas atividades do dia do evento.
E gostaríamos de agradecer, principalmente, ao professor Manoel Salgado. Pois ele, em suas aulas, nos deleitou, instruiu e moveu e por isso foi a pessoa fundamental para a realização desse evento.
É, estivemos um pouco ausentes por aqui (sem postagens ou comentários). Na verdade estamos um pouco atarefados e por isso a falta de postagens. Mas é por uma boa causa. Gostaríamos de convidar a todos para o evento que estamos organizando. Chama-se "Deleitar, Instruir e Mover - O Ensino de História e Manoel Salgado". e tem como tema o ensino de História e o papel do professor enquanto educador e formador, reflexões trabalhadas (não só) pelo professor Manoel (já falamos sobre ele aqui). O evento não se trata apenas de uma homenagem, muito mais que isso. Hoje, há uma necessidade de se debater sobre o ensino de historia, sobre o "fazer" historia e o que se pode proporcionar com essa prática. A reflexão sobre nosso papel, nossa responsabilidade, nossas possibilidades e potencialidades deve permear o "ofício" do historiador. Com o ensino da historia podemos deleitar o público, o interlocutor; podemos instigá-lo, atraí-lo, despertar nele o interesse, a curiosidade e a interrogação. Da dúvida vem a instrução, a descoberta, a discussão, e o enfrentamento com novas formas de interpretação, de pensamento, novas formas de ver o mundo. E então... a comoção, a hora de mover-se, de transformar a si e os outros...
A história não é, obviamente, a unica forma de transformação, mas é a forma que escolhemos... Pensar sobre a experiência humana. Enfrentar nossos problemas através dessa reflexão é um meio de mudança. Como podemos proporcionar isso à sociedade?
Bom, o evento será realizado no dia 27 de abril, a partir das 9 horas, no auditório 91 da UERJ (9º andar). Início às 9 horas com a mesa de abertura composta pelos professores André Campos (UERJ) e Tânia Bessone (UERJ) e o Grupo de Atividades Ítaca. Em seguida, o professor Durval Muniz (UFRN), presidente da ANPUH, realizará a conferência de abertura. Pela tarde, os professores Felipe Charbel (UFRJ), Paulo Knauss (UFF), Márcia Gonçalves (UERJ / PUC-Rio), Rebeca Gontijo (UFRRJ), coordenados pela professora Lúcia Bastos (UERJ), comporão a mesa redonda "(In)formar ou Formar? - O papel do professor de História enquanto educador". Essa mesa discutirá a questão do ensino de História a partir de um vídeo gravado com o professor Manoel Salgado, em 2009, sobre essa temática.
Gostaríamos de agradecer a presença do pessoal que participou no primeiro Cine Clube feito pelo Ítaca, com a exibição do filme "A vida dos outros", seguido de debate. Obrigada pela ativa participação de todos. =]
Ainda, aproveitamos esse espaço para convidá-los para, e divulgar as informações sobre, o próximo Cine Ítaca, que ocorrerá no mês de abril.
Cine Ítaca
Filme: "Utopia e Barbárie"
Dia: 13/04/11
Hora: 14h às 18h
Local: Rav 94 (9º andar, UERJ)
Feito o convite, esperamos vocês para mais uma tarde de filme e discussões.
Por um acaso assisti esse video. Ele me trouxe uma velha idéia sobre a capacidade humana da mudança, da diferença, de fazer diferente - mudar seu próprio mundo, em seu pequeno universo de convivência: família, escola, faculdade, trabalho etc. Uma possibilidade de ser ético e de promover atitudes éticas, mesmo num meio onde o que você chamaria de "justo" ou "honesto" não é levado em conta. É preciso iniciativa, vontade... é preciso dar sentido a essa prática. Enfim... uma indicação para que possamos refletir um pouco (ou melhor, muito). Então, vamos assistir, refletir e discutir. Não deixem de comentar! =]
Um abraço.
"SÓ DE SACANAGEM"
Por Elisa Lucinda
Meu coração está aos pulos!
Quantas vezes minha esperança será posta à prova?
Por quantas provas terá ela que passar? Tudo isso que está aí no ar, malas, cuecas que voam entupidas de dinheiro, do meu, do nosso dinheiro que reservamos duramente para educar os meninos mais pobres que nós, para cuidar gratuitamente da saúde deles e dos seus pais, esse dinheiro viaja na bagagem da impunidade e eu não posso mais.
Quantas vezes, meu amigo, meu rapaz, minha confiança vai ser posta à prova?
Quantas vezes minha esperança vai esperar no cais?
É certo que tempos difíceis existem para aperfeiçoar o aprendiz, mas não é certo que a mentira dos maus brasileiros venha quebrar no nosso nariz.
Meu coração está no escuro, a luz é simples, regada ao conselho simples de meu pai, minha mãe, minha avó e os justos que os precederam: "Não roubarás", "Devolva o lápis do coleguinha", "Esse apontador não é seu, minha filha". Ao invés disso, tanta coisa nojenta e torpe tenho tido que escutar.
Até habeas corpus preventivo, coisa da qual nunca tinha visto falar e sobre a qual minha pobre lógica ainda insiste: esse é o tipo de benefício que só ao culpado interessará. Pois bem, se mexeram comigo, com a velha e fiel fé do meu povo sofrido, então agora eu vou sacanear: mais honesta ainda vou ficar.
Só de sacanagem! Dirão: "Deixa de ser boba, desde Cabral que aqui todo mundo rouba" e vou dizer: "Não importa, será esse o meu carnaval, vou confiar mais e outra vez. Eu, meu irmão, meu filho e meus amigos, vamos pagar limpo a quem a gente deve e receber limpo do nosso freguês. Com o tempo a gente consegue ser livre, ético e o escambau."
Dirão: "É inútil, todo o mundo aqui é corrupto, desde o primeiro homem que veio de Portugal". Eu direi: Não admito, minha esperança é imortal. Eu repito, ouviram? Imortal! Sei que não dá para mudar o começo mas, se a gente quiser, vai dar para mudar o final!