"Há tempos tive um sonho... não me lembro. Não me lembro."
O que aconteceu?
Podemos e nos é proporcionado um espaço para escrever, expressar opiniões, dialogar, construir, desconstruir e refletir. Entretanto, uma apatia se faz presente... Questionamentos ausentes... Nesse momento, as perguntas que devemos nos fazer são: "por que estamos aqui?", "o que fazemos aqui?".
Ainda estamos buscando as respostas. Pode ser que o processo de produção da escrita, enquanto estímulo à reflexão e ao pensamento possa elucidar esses questionamentos. Ou não. De qualquer forma, se propor a isso, questionar e ser questionado, já é válido.
Talvez o pharmakón para tal apatia seja nos perguntarmos sempre por isso, perguntar o que fazemos e por que estamos aqui, ainda que acreditemos ter encontrado a resposta. Lembremos que o pharmakón é uma droga. Em que doses comedidas, pacifica as angústias. Em doses excessivas, mata. Não devemos acabar com nossas angústias. Interromperíamos aquilo que nos move.
A apatia entendida como ausência de afetos, nos faz refletir sobre a nossa relação com a História - mundo de variadas paixões. É como se estivéssemos encobertos por um véu que esconde o brilho e o encanto pelo fazer História. Temos que nos encantar, nos identificar, deleitar e mover. Onde está o encanto?
"E há tempos o encanto está ausente."
Será?
Mover. É o que precisamos.
ps. As citações são referentes à trechos da música "Há tempos", da banda Legião Urbana.
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Esse texto foi escrito por duas integrantes do "Cinco de História", Fernanda Carvalho e M.A., e foi publicado no jornal do CAHIS (jornal do centro acadêmico de História). Ele versa questões que surgiram no decorrer do curso de História e nos fazem refletir, porém pode ser aplicado em um outro contexto que faça sentido para você. Ainda propomos um incentivo à produção da escrita e por isso postamos ele aqui no blog. Convidamos vocês a escreverem também, seja discussões nos cometários, seja colaborações de textos.
Muito bom esse texto de vocês.
ResponderExcluirAcho que é necessário estar sempre envolvido com o que se faz. O encanto pela prática, no caso, a da "escrita", da reflexão e da possibilidade de ação, mas não só na historia, pode fazer surgir o novo, o diferencial, novas (e momentâneas) soluções para problemas da nossa vivência, da nossa sociedade, da nossa vida...
A prática, então, se torna muito mais produtiva. É como tocar um instrumento. Quando gostamos daquilo, "fazer" música, podemos produzir coisas muito interessantes, e, porque não, belas. Dessa forma, poderemos mover, inquietar (os outros e a nós)
Adorei esse texto! E adorei estar no jornal do Cahis...Admito. Tenho um texto pra enviar pra vocês depois. Me lembrem. Bjs.
ResponderExcluirÉ essencial a discussão sobre essa apatia endêmica da fala, e discutir quais seriam os motivos desse silêncio. É importante também entender que a beleza e o encanto da prática comprometida, prática apaixonada, não implicam em romancear os processos históricos, significa sim, compreendê-los sob uma perspectiva enriquecedora, que valorize sua particularidade, enquanto evento histórico e seu caráter de humano.
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